A gente sempre ouve alguém por aí dizendo que azeite, quando utilizado quente, faz mal à saúde. Essa é mais uma daquelas informações que ninguém tem certeza e perdura há anos. Mas uma pesquisa respondeu à fatídica pergunta: azeite depois de aquecer, faz mal?
De acordo com o Dr. Carlos Alberto Nogueira de Almeida, médico especialista da ABRAN - Associação Brasileira de Nutrologia - ao analisar o comportamento do azeite durante a fritura, é possível concluir que se trata do óleo que apresenta maior estabilidade no processo oxidativo, mantendo rica sua composição de ácido oleico e contribuindo para redução do colesterol LDL (ruim), sem afetar o HDL (bom), permitindo o equilíbrio entre os dois no organismo.
O especialista relata que estudos realizados pelo Departamento de Agricultura da Universidade de Napoles, na Itália, concluíram que o aquecimento do azeite não leva à formação de produtos tóxicos, pois suas propriedades naturais inibem sua formação. E a manutenção dessas propriedades está em torno de 80%.
Segundo o pesquisador, “É importante salientarmos que mesmo após o aquecimento em condições de uso doméstico, o azeite não sofre mudanças significativas em seu perfil de ácidos graxos, que são os nutrientes básicos de um lipídeo. Cabe ainda destacar que não ocorre formação de gordura trans ou saturada quando exposto nas temperaturas recomendadas, desmistificando assim a transformação de azeite em “gordura” ruim”, finaliza Dr. Carlos.
Consumo:
A dieta mediterrânea é considerada como uma das mais saudáveis do mundo e o azeite é um dos ingrediente base, utilizando-o do preparo à finalização. Os portugueses também são exímios consumidores de azeite, em média, são ingeridos 7 litros per capita ao ano. Já os espanhóis consomem 12 litros e os gregos chegam aos 20 litros por ano. O fato de todos serem produtores de azeite contribui para que o uso seja naturalmente maior, porém reconhecê-lo como o óleo mais saudável que existe é o que mais motiva seu consumo. No Brasil a baixa penetração nos lares faz com que o consumo per capita seja ainda pequeno em relação aos principais mercados: são ingeridos cerca de 300 ml per capita ao ano.