Mutirão de reconstrução mamária no Outubro Rosa


 O mês de outubro marca o calendário por ser dedicado à conscientização do câncer de mama. Um passo importante para a recuperação da mulher é a cirurgia de reconstrução, que embora garantida por lei, ainda beneficia apenas uma pequena parcela das pacientes que são submetidas à mastectomia. Pensando em garantir que mais pacientes tenham acesso ao procedimento, o cirurgião plástico Henrique Muller promove desde 2011 o Mutirão da Reconstrução Mamária em Florianópolis. A ação conta com o apoio da Associação Brasileira de Portadores de Câncer (AMUCC) e da farmacêutica Allergan.


Esse ano, o médico tem como meta operar seis pacientes, de forma gratuita. “As pacientes selecionadas têm histórias de superação surpreendentes. Algumas delas esperam há mais de 10 anos para fazer a reconstrução”, conta Dr. Henrique Muller. As participantes fazem parte do Grupo de Apoio à Mulher Mastectomizada (GAMA), do Centro de Pesquisas Oncológicas de Santa Catarina, em Florianópolis. Além da cirurgia, as contempladas, ganham os implantes mamários de silicone que também foram doados.

O cirurgião Henrique Muller já atuava na área de reconstrução mamária antes de iniciar o projeto e, por isso, percebeu que havia uma oportunidade de prestar um serviço à população. “Comecei o Mutirão de Reconstrução Mamária por perceber que seria uma forma de ajudar pessoas que não têm condição de fazer o procedimento. A realização do projeto é muito importante para mim e para minha esposa, que sempre acompanha a ação de perto, pois sentimos que estamos fazendo a diferença”, conta o médico.

Simone Lopes, diretora executiva da AMUCC, destaca que são mais de 30 as integrantes do GAMA que aguardam uma oportunidade para se submeter ao procedimento reparador. “A reconstrução é uma parte do tratamento do câncer de mama por vezes esquecida. No Outubro Rosa, buscamos levantar a discussão de quão importante é que se cumpra a lei que determina a obrigatoriedade do procedimento pelo Sistema Único de Saúde”, afirma.

Além de colaborar com a autoestima destas mulheres, um dos principais objetivos da ação é chamar a atenção da população e dos órgãos públicos sobre a importância de se detectar o câncer precocemente. A iniciativa traz esclarecimentos sobre o tratamento adequado, a necessidade da mastectomia e, principalmente, colaborar para o retorno dessa mulher à sua rotina de vida com qualidade e autoestima.

Reconstrução mamária: um direito da mulher


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A cirurgia de reparação da mama afetada pelo câncer é etapa fundamental no tratamento da doença, melhorando a qualidade de vida e resgatando a autoestima das pacientes. Pela sua importância na recuperação total do câncer de mama, a lei 12.802/2013 foi sancionada para garantir que todas as mulheres que forem submetidas à mastectomia no combate à doença tenham acesso à reconstrução mamária no Sistema Único de Saúde (SUS).

Embora a reconstrução seja um direito das mulheres, o Ministério da Saúde estima que foram realizadas pouco mais de 1300 cirurgias em 2012. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Mastologia, das cerca de 20 mil mulheres que precisam se submeter à cirurgia de retirada das mamas, menos de 10% saem dos centros cirúrgicos com os seios reconstruídos.


Câncer de mama no Brasil 

O câncer de mama é hoje o segundo tipo da doença mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, segundo dados do INCA – Instituto Nacional de Câncer. No Brasil, as taxas de mortalidade continuam elevadas e a sobrevida média após cinco anos está em torno de 60%, enquanto em países com melhor desenvolvimento essa taxa fica em torno de 85%. A taxa de mortalidade do câncer de mama no Brasil justifica-se, muitas vezes, pelo diagnóstico tardio. A demora na detecção do câncer também pode impactar na sobrevida da mulher. O diagnóstico precoce pode evitar a necessidade de interferências mais drásticas, como a mastectomia radical (retirada total da mama).

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